Polícia avança sobre estudantes para desmontar protesto pró-Palestina na UCLA

por Inês Moreira Santos - RTP
Allison Dinner - EPA

A polícia norte-americana está no campus da Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles, desde quarta-feira de manhã e começou, nas últimas horas, a passar as barreiras erguidas pelos manifestantes pró-palestinianos. Após confrontos com um grupo pró-Israel, resultando em pelo menos 15 feridos, as autoridades iniciaram uma operação para desmantelar os protestos. Há já algumas dezenas de manifestantes detidos nesta universidade.

A polícia norte-americana retirou as barricadas e começou a desmantelar um acampamento de manifestantes pró-palestinianos na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). A operação começou depois de centenas de manifestantes terem desafiado as ordens da polícia para saírem do campus e cerca de 24 horas depois de contramanifestantes terem atacado um acampamento de tendas, noticiou a agência norte-americana AP.

Os protestos nas universidades norte-americanas já levaram à detenção de cerca de 1.600 pessoas em todo o país e, na UCLA, a tensão aumentou. O que levou a confrontos durante a operação policial que está a decorrer, esta quinta-feira, para dispersar os manifestantes que protesto contra a intervenção militar em Gaza.

Durante a noite, um grupo de apoiantes de Israel tentou invadir o acampamento de manifestantes pro-Palestina no campus, tendo derrubado as barreiras de proteção. Os dois grupos acabaram por se envolver em confrontos.

A contramanifestação, em Los Angeles, também se manteve durante a noite. Pelo menos 15 manifestantes pró-palestinianos ficaram feridos e a reação considerada "ineficaz" das autoridades policiais suscitou críticas por parte de líderes políticos da Califórnia.
Desmantelamento dos protestos

A administração da UCLA considerou o acampamento ilegal e pediu a intervenção das autoridades. Por isso, a polícia norte-americana tentou acabar com o acampamento mas foi impedida pelos estudantes.

As autoridades redobraram, então, os esforços para tentar dispersar os estudantes que estavam acampados na Universidade da Califórnia. Segundo a imprensa local, estavam entre 300 e 500 pessoas dentro do recinto da instituição, mas depois juntaram-se aos protestos quase mais duas mil pessoas.

A polícia rompeu metodicamente a barricada de contraplacado, paletes, vedações metálicas e contentores de lixo do acampamento e abriu caminho para dezenas de tendas de manifestantes.

Os agentes também começaram a derrubar toldos e tendas e os manifestantes usavam guarda-chuvas como escudos.

Os protestos dos estudantes ainda se mantêm, apesar de na quarta-feira terem sido enviados reforços policiais que conduziram para o local autocarros que ficaram estacionados perto das instalações da Universidade da Califórnia (UCLA), destinados à retirada dos manifestantes. Na UCLA, muitos ativistas que apoiam Gaza usam capacetes e lenços na cabeça sendo que alguns improvisaram escudos de proteção feitos de contraplacado para o caso de entrarem em confronto com a polícia.Entretanto, a polícia de New Hampshire efetuou detenções e desmontou tendas na universidade de Dartmouth e os agentes do Estado de Oregon entraram no campus da Portland State University, enquanto os funcionários procuravam pôr fim à ocupação da biblioteca que começou na segunda-feira.

As manifestações em todo o país começaram em Columbia, a 17 de abril, para protestar contra a ofensiva de Israel em Gaza.

Em vários outros locais dos Estados Unidos, os acampamentos de protesto foram desmontados pela polícia, resultando em detenções, ou encerrados voluntariamente incluindo no City College e na Fordham University em Nova Iorque, na universidade de Portland, Oregon, e na Northern Arizona University em Flagstaff, Arizona, assim como na Tulane University, em Nova Orleães.

c/ agências
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